sábado, novembro 21, 2009

Um poema à moda de Alberto Caeiro

Passeio pelo campo,
Tudo à minha volta é verde.
Vejo animais a correr e a saltar,
Vejo pássaros, ovelhas, cavalos, esquilos...
Continuo a andar e a andar,
Nada muda,
Tudo é verde.

Sinto um impulso, e corro.
Corro, corro sem parar.
Uma brisa passa nos meus cabelos,
Brisa, essa, suave e fria,
E os meus cabelos dançam ao sabor dela.

Páro, olho e escuto.
Rodupio de braços abertos,
Olho para o céu azul,
Está tão perto e tão longe.
Os pássaros voam na sua direcção,
Na direcção do infinito.
De repente, o campo fica sem vida,
Todos os animais desaparecem.
Chove, chove sem parar,
Não sei porque chove, mas sabe bem.
Sinto as gotas de água a cair no meu corpo.
Fico com o corpo molhado, e caio...

Descalça, sentado na terra,
Sinto a erva molhada a percorrer os meus pés,
Sinto cócegas e arrepios.
Os animais correm até mim.
O sol já brilha e a chuva passa.

O sol já brilha lá no céu,
E nada muda, tudo é verde.

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